Em mais uma semana de intensas manifestações, os servidores públicos municipais de Muaná realizaram diversos atos de protestos e ocuparam as ruas e a Câmara Municipal de Vereadores e lá reivindicaram o pagamento dos salários de dezembro, janeiro, e ainda o décimo terceiro que estão atrasados.
Ao ocuparem a Câmara de Vereadores, em busca de apoio destes para suas lutas junto ao prefeito, diversos servidores municipais foram agredidos por seguranças contratados para agir contra o ato de protesto, durante a manhã desta terça-feira (06), quando realizava-se uma manifestação pacífica no plenário da Câmara Municipal de Muaná. As vítimas foram à delegacia do município abrir Boletins de Ocorrência contra as agressões que sofreram.
Além das queixas, os denunciantes reclamaram do delegado pela sua omissão diante de tamanha violência contra eles e o patrimônio público, que foi depredado de forma visivelmente premeditada, tal como mostram as imagens abaixo:
Entre as vítimas covardemente agredidas, destacamos a ocorrência da sra. Tânia França dos Anjos Cruz, servidora do município que relatou o seguinte: "Que na data de 06 de fevereiro de 2018, por volta de 09:30h, estava na Câmara Municipal de Muaná, na ocasião reivindicava os seus salários atrasados através de uma manifestação pacífica, ocasião em que foi agredida pelos nacionais: JOELSON, RONALDO E NENCA, que a atacaram com mordidas, chutes e socos, que o nacional conhecido por CACHOEIRA, lançou spray de pimenta no local, que a genitora da relatora, cidadã, MARIA BERTULINA, perdeu os sentidos e sofreu lesão corporal na cabeça, como também foi agredida pelos citados".
Junto com fotos e vídeos postados no Whatsapp e Facebook, diversos comentários dão conta de que os agressores não são seguranças e sim capangas contratados pelo atual prefeito Biri Magalhães e eu pai, um dos homens mais ricos da cidade.
A PREFEITURA
Segundo matéria do Portal G1 da Rede Globo/TV Liberal que noticiou o fato, a prefeitura foi procurada para se manifestar sobre o problema, mas até agora não quis se pronunciar sobre o ocorrido. O prefeito em exercício, Biri Magalhães, disse em uma entrevista para uma rádio de Muaná - logo que assumiu o cargo, após o afastamento do prefeito Murilo Guimarães - de que o titular havia deixado os cofres públicos sem recursos, mas em outra entrevista para uma emissora de TV, Biri Magalhães admitiu ter recebido os cofres públicos com recursos, mas que não poderia atender todas as demandas apresentadas.
A DELEGACIA DE POLÍCIA
Um manifestante que foi agredido mas preferiu não presta queixa, relatou a este blog, que o protesto realizado pelos servidores públicos municipais iniciou na segunda-feira (05), quando ocuparam o plenário da Câmara Municipal de Muaná e lá ficaram até terça-feira, quando chegaram os seguranças e iniciaram o quebra-quebra dos móveis e agressões aos manifestantes, como se pode ver em diversos vídeos que circularam nas redes sociais.
Outro fato que causou estranheza às vítimas das agressões, aconteceu quando estas estavam prestando suas ocorrências e tiveram o atendimento bastante demorado, mas para surpresa de todos os presentes na delegacia, os depoimentos foram interrompidos pelo delegado Heitor Magno Guimarães, para ouvir o depoimento do principal acusado de ser o chefe dos seguranças que promoveram o quebra-quebra na Câmara de Muaná.
O MINISTÉRIO PÚBLICO
Muitos internautas entraram em contato conosco para reclamarem da falta de imparcialidade demostrada pela atual titular da Comarca do Ministério Público Estadual em Muaná, a Sra. Juliana Pinho.
Para um dos que nos enviaram mensagens privadas, a promotora de justiça era bastante atuante em suas funções no trato junto à Câmara de Vereadores e a Prefeitura de Muaná. Ainda segundo o internauta, toda vez que recebia denúncias, Juliana agia imediatamente, criando inquéritos para averiguar quase tudo que lhe fosse denunciado.
No entanto, após a posse do vice-prefeito Biri Magalhães, no cargo de prefeito do município, a promotora Juliana Pinho deixou atuação destemida e sempre atenta e agora fecha os olhos e cruza os braços para tudo que ocorre tanto na prefeitura de Muaná, quanto na Câmara dos Vereadores, como fez com a invasão, depredação e violência ocorrida no interior do poder legislativo municipal.
Na tentativa de chamar a atenção da antes atenta promotora de justiça de Muaná, os denunciantes que estiveram na delegacia, também procuraram a Comarca do Ministério Público no município para entrar com uma representação e assim provocar que o órgão tome alguma providência sobre o caso que mexeu com o município e foi noticiado pela
imprensa do Estado, mas até agora não houveram nenhuma prisão pelo crime contra as vítimas e o patrimônio público.
Segue abaixo, os Boletins de Ocorrência que nos foram enviados para comprovar que o ato de violência contra os servidores municipais de Muaná, não vai ficar por isso mesmo e os responsáveis responderão na justiça pelo que fizeram.